Genaro e Gillon, grandes nomes da arte e do design brasileiro de metade do século 20, estão por cima (e na vertical) com a volta de suas tapeçarias de lã coloridas. Precursor do Modernismo na Bahia, Genaro de Carvalho (1926-1971), um apaixonado pela arte milenar que conheceu na Europa, criou, na década de 50, o primeiro ateliê de tapeçarias do país.
Desde os tempos da Babilônia decorando palácios, a tapeçaria narrava fatos históricos. Contemporâneos como o francês Jean Lurçat e o catalão Giusep Grau-Garriga resgataram a técnica e ganharam status. Por aqui a coisa foi menos impactante. Embora na moda entre os anos 50 e 70, as tapeçarias foram arrancadas das paredes; muitas delas destruídas. Vedetes na casa moderna daquela tia (lembra das suas férias?), essas paisagens bordadas ilustram o imaginário de uma época : caipirinha, bossanova, almoço e piscina...
Encantado, o designer e decorador Jean Gillon (1919-2007) encomendou tapeçarias a Genaro para usar em seus projetos. Ocupadíssimo, o baiano mandou que Gillon não lhe enchesse a paciência e que produzisse ele mesmo as suas "obras". Assim Gillon o fez, e entrou para o colorido, felpudo e agora não mais empoeirado hall dos brasileiros que criaram maravilhosos tapetes de parede.