Maria Helena Andrés é uma artista plástica consagrada, escritora e arte-educadora com uma longa carreira. Nascida em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 2 de agosto de 1922, é considerada uma das precursoras do movimento de arte moderna em seu estado. Ela possui formação artística no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Nova York. Na década de 1960, foi professora e diretora da Escola Guignard e participou de Salões de Belas Artes e Bienais Internacionais de São Paulo, recebendo várias premiações.
A tapeçaria de Maria Helena surgiu no final da década de 1960 como uma extensão de sua pintura abstrata, incentivada por um convite de sua prima Maria Ângela Magalhães, que dirigia o ARTESANATO GUANABARA ao lado de Gilda Carneiro, no Rio de Janeiro. Conforme declarou a artista: "Novas experiências surgiram no meu caminho. A marcha do individual para o coletivo tornou-se uma necessidade." Com a parceria com o ARTESANATO GUANABARA nas décadas de 1960 e 1970, Maria Helena constatou que sua obra artística foi enriquecida pela colaboração das artesãs, cuja afinidade com sua pintura e os recursos próprios da tapeçaria contribuíram para essa evolução.
Seus projetos ou estudos eram desenhados com pastel sobre papel veludo, permitindo desde o início imaginar o efeito desejado na textura aveludada das lãs. Com o trabalho impecável do ARTESANATO GUANABARA, os fios, que mantinham cores e formas próximas das pinturas, transformaram-se em tapeçarias. Um exemplo notável é o esplêndido conjunto de três tapeçarias monumentais de grande beleza, exposto desde 1977 na Igreja Nossa Senhora de Copacabana, no Rio de Janeiro. Essa obra majestosa demonstra o interesse da artista pela tapeçaria, que permite explorar grandes espaços e integrar-se a conjuntos arquitetônicos, aspirando à monumentalidade além de uma função meramente decorativa.
As temáticas de suas tapeçarias expressam linhas com sóis e luas, refletindo o diálogo entre céu e terra e uma conexão com a espiritualidade, simbolizada pela cruz. Essa simbologia é representada em mastros de navios, velas de barcos em mares nunca navegados e na evocação dos barqueiros do Rio São Francisco.
Maria Helena realizou inúmeras exposições no Brasil, EUA, Europa e América Latina. Com suas tapeçarias, executadas pelo ARTESANATO GUANABARA, realizou exposições individuais de sucesso, como em 1969 e 1981 na Galeria Guignard, em Belo Horizonte - MG. Também exibiu suas obras em coletivas marcantes, como "Tapeçaria Mineira" no Palácio das Artes em 1971 e "Tapeçaria Brasileira" na UFMG em 1974, ambas em Belo Horizonte. Em São Paulo, participou das I e II Trienais de Tapeçaria no MAM-SP em 1976 e 1979, e no Rio de Janeiro, da exposição "Caminhos da Tapeçaria Brasileira" na Galeria FUNARTE em 1978. Suas obras estão presentes em diversos acervos públicos e coleções privadas, tanto no Brasil quanto no exterior. Em 2005, foi criado o Instituto Maria Helena Andrés com o objetivo de catalogar, conservar e divulgar a obra da artista, além de promover ações culturais em Minas Gerais e no Brasil.