Gilda Azevedo, pseudônimo artístico de Gilda Azeredo de Azevedo, foi uma pintora e artista tapeceira nascida em 1924 no Rio de Janeiro. Ela é uma das figuras mais marcantes da tapeçaria mural abstrata no Brasil e uma das mais prolíficas nesse campo. Sua formação incluiu cursos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde participou de sua primeira exposição coletiva em 1959 e estudou com grandes nomes como Santa Rosa, Aluísio Carvão e Domenico Lazzarini.
Gilda participou de diversas exposições coletivas e individuais, destacando-se no Brasil na VIII Bienal Internacional de São Paulo e no I Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em 1965, e no exterior na exposição "Dez Pintores Brasileiros", em 1967, uma mostra itinerante patrocinada pelo Itamaraty; na Galeria La Tangara, em Buenos Aires, Argentina, em 1968; e na Galeria Debret, em Paris, França, em 1969.
Após dedicar uma década à pintura, Gilda ingressou na tapeçaria em 1969, criando projetos para o ARTESANATO GUANABARA. Ela se tornou a artista com mais encomendas para o ateliê durante os dez anos de parceria. Seus cartões, com abstrações moduladas em gesso em relevo, exigiram do ARTESANATO um grande esforço criativo para capturar a gestualidade das formas e os jogos de volumes, explorando novos materiais além de técnicas e pontos de bordado.
Na questão dos temas, Gilda se destacou pela fidelidade ao seu estilo abstrato, utilizando tons cinzentos, terrosos, e ocasionalmente verdes e brancos brilhantes para criar tapeçarias que evocam paisagens mágicas e inacessíveis. Suas obras, que refletem sua formação em pintura abstrata, são amplas e impactantes, mantendo a gestualidade da pintura informal e trazendo nova vitalidade ao vocabulário informalista. Com uma abordagem expressiva dos fios e fibras, Gilda explora o grande espaço cósmico, oferecendo uma experiência que estimula o intelecto e a intuição através de um ritmo dinâmico e uma composição harmoniosa que representa a criação e o infinito.
Ao longo de sua carreira como artista tapeceira, participou de inúmeras exposições individuais e coletivas. Uma de suas primeiras exposições individuais ocorreu em 1972 na Galeria da Embaixada do Brasil em Londres. Em 1974, destacou-se em um dos primeiros eventos coletivos nacionais de tapeçaria realizado no MAB-FAAP, recebendo um dos vários prêmios que conquistou ao longo de sua trajetória.
Sua participação em importantes exposições coletivas no Brasil inclui: "Tapeçaria Brasileira" na UFMG, Belo Horizonte, MG (1974); "Tapeçarias" na Contorno Galeria de Arte, Rio de Janeiro, RJ (1975); as I, II e III Trienais de Tapeçaria no MAM-SP (1976, 1979 e 1982); e "Caminhos da Tapeçaria Brasileira" na FUNARTE, Rio de Janeiro, RJ (1978). Internacionalmente, participou dos "Encontros da Tapeçaria Argentina-Uruguaia-Brasileira" em 1975 e 1977, realizados em Montevidéu, Uruguai, e Buenos Aires, Argentina. Entre 1978 e 1981, realizou exposições individuais na Suíça, em Lausanne e Genebra. Gilda trabalhou até 1984, quando faleceu. Em 1985, foi homenageada postumamente na "Exposição Nacional de Arte Têxtil", que percorreu várias cidades do Brasil.
Suas obras em tapeçaria estão presentes em diversas coleções particulares e institucionais no Brasil, Estados Unidos e Suíça. Entre esses acervos, destaca-se "Espaço Cósmico", oferecida ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo pelo crítico de arte Emanuel von Lauenstein Massarani. Ele descreve a obra como: "A vibração dessas lentes nos transporta verdadeiramente, sob o ritmo de um poema lírico, em direção a um além espacial onde os sonhos se expandem e se agigantam."