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Jorge Cravo (1927-2015)


O artista plástico Jorge Cravo, cujo nome completo era Aminthas Jorge Cravo, era mais conhecido como Cravinho. "Aminthas" foi uma homenagem ao avô materno, e "Jorge" é o sobrenome de sua mãe. Desde jovem, Cravinho não se adaptou ao seu nome completo. Nascido em 13 de maio de 1927 em Aracaju, capital de Sergipe, Jorge Cravo, também conhecido como "baiano", veio ao mundo quando sua mãe, Marina, buscava proteção na casa dos pais. Seu nascimento ocorreu sob o signo de Touro, com o Sol brilhando no cosmos, o que já prenunciava sua futura ligação com o mundo das artes.

Com o Sol em Touro, posicionado no setor do auto expressão, e Vênus em Libra, símbolo da beleza, das artes e da música, localizada no ponto mais alto do mapa natal, a vida artística já estava claramente anunciada. Era a melhor forma para ele se posicionar no mundo e alcançar a realização pessoal.

Desde jovem, Cravinho mostrou afinidade e paixão pela música e pelas artes, apesar dos planos de seu pai, Mário, que desejava que ele seguisse os negócios da família, especialmente após a perda do primogênito Mário para o mundo das artes. Em 1948, o jovem sensível, romântico e sonhador foi enviado para os Estados Unidos para estudar administração de empresas. Durante sua estadia, aprofundou seu amor pela música, assistindo a grandes nomes como Frank Sinatra, Nat King Cole e Billie Holiday, e também teve a oportunidade de se aproximar de músicos como Sarah Vaughan, entre outros.

De volta ao Brasil, Cravinho começou a montar uma extensa coleção de discos de Long Play e tornou-se colunista sobre música americana nos jornais da Bahia. Produziu também apresentações para TV e escreveu livros. A sugestão para começar a desenhar veio de seu irmão Mário. Como talentoso desenhista, Cravinho foi incentivado por amigos artistas, como Carybé e Jorge Amado, a explorar a tapeçaria, onde obteve grande sucesso a partir de 1972. Esse sucesso foi amplamente apoiado pela colaboração administrativa especial de sua esposa em seu ateliê, a astróloga Edna Cravo, que também orientava as bordadeiras baianas.

Inicialmente, seus temas eram abstratos e sugeriam rochas e gemas, sem definição figurativa. No entanto, começou a se encantar pelos casarios antigos de Salvador. Como não costumava desenhar na rua, fotografava tudo que o impressionava e fazia as escolhas em casa. Seus temas favoritos passaram a incluir visões astrológicas, vistas aerofotogramétricas, casarios baianos e representações da natureza. Esses temas foram desenvolvidos em projetos para tapeçarias bordadas à mão, executadas na Bahia e também pelo ARTESANATO GUANABARA no Rio de Janeiro sob a orientação de Maria Angela Magalhães e Gilda Carneiro.

Realizou exposições individuais significativas no Brasil, incluindo uma em 1974 no MAM da Bahia, em Salvador, além de outras em galerias e instituições em São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte e Santos. Participou também de importantes exposições coletivas, como a 1ª Mostra de Tapeçaria no MAB-FAAP em 1974, as I e II Trienais de Tapeçaria no MAM-SP em 1976 e 1979, ambas em São Paulo; a exposição "Caminhos da Tapeçaria" na Galeria Funarte no Rio de Janeiro em 1978; e a XV Art Show na Chapel School em São Paulo em 1982. No exterior, realizou exposições individuais e coletivas entre 1976 e 1982 em Houston, Nova York, Nova Orleans e Washington, onde possuía clientes interessados e cativos.

Sua residência em Salvador, Bahia, tornou-se um ponto turístico imperdível. Nas décadas de 1980 e 1990, Cravinho produziu serigrafias para grandes empresas e bancos, mantendo sua paixão pela música até o fim de sua vida. Ele faleceu em 17 de abril de 2015, sendo amplamente reconhecido como um marcante artista baiano e uma figura importante na tapeçaria brasileira.

Suas obras em tapeçaria estão presentes em diversas coleções particulares e espaços públicos no Brasil e nos Estados Unidos, incluindo o Museu da Cidade em Salvador - BA, a Embaixada Brasileira em Washington e a Universidade de Alabama. Seu amigo Jorge Amado poeticamente declarou: "A arte ele a trazia dentro de si. A tapeçaria de Jorge Cravo retrata sua posição diante da vida, sua clara e doce esperança, a ternura, uma luz matinal acesa para iluminar os homens."

Edna Cravo e Graça Bueno

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