Rubem Dario foi um artista plástico e tapeceiro "mineiro-carioca", reconhecido por seu excepcional talento como colorista e considerado um "mágico" e poeta das cores. Seu nome foi inspirado em seu pai e no renomado poeta nicaraguense Rubén Darío (1867-1916). Ainda bebê, Rubem Dario foi levado pelos pais, originários de uma tradicional família mineira, para morar em Belo Horizonte (MG). Entre 1959 e 1969, residiu no Rio de Janeiro, onde estudou desenho na Fundação Getúlio Vargas e frequentou o ateliê livre do artista Frank Schaeffer, que o incentivou a explorar a "arte da tapeçaria" devido ao caráter muralista de sua pintura. Ele também fez um curso técnico de pintura no MAM-RJ com o artista Domenico Lazzarini.
Rubem Dario produziu obras únicas em guache que serviram como matrizes para suas tapeçarias. Seus trabalhos, que variavam de temas naturais e abstratos a geométricos e figurativos, foram criados entre 1963 e 1978. Sua paixão pela natureza e pela paisagem se refletiu em tapeçarias que exploravam temas da vegetação tropical e a fusão de opostos, como máquina e natureza, simbolizando a conexão entre o homem da cidade e o campo.
A obra de Dario foi transposta para o bordado e o tear em ateliês geridos por projetos sociais. Embora tenha cogitado abrir seu próprio ateliê para bordar e tecer suas obras, Dario se encantou com o artesanato da Penitenciária de Bangu, sob a orientação de Dona Gilda Mendonça, no Rio de Janeiro. Em 1964, decidiu entregar a execução de suas primeiras tapeçarias a este artesanato para compor sua exposição inaugural na Galeria Décor, no Rio de Janeiro, quando tinha 22 anos. Em 1972, o ateliê de Dario estava estabelecido em Belo Horizonte (MG) e contava com o apoio de sua mãe, a estilista Niná Bittencourt, que introduziu elementos em alto relevo em suas tapeçarias. Dario continuava a visitar clientes e ateliês no Rio de Janeiro e iniciava também a execução de suas tapeçarias com o ARTESANATO GUANABARA, organizado por Maria Angela Magalhães, prima e pupila de Dona Gilda Mendonça, em parceria com Gilda Carneiro.
Dario realizou exposições individuais relevantes na Galeria Guignard, em Belo Horizonte (MG), em 1966 e 1972, entre outras. Participou de importantes exposições coletivas no exterior, com destaque para a I Bienal de Artes Aplicadas del Uruguay, em Punta del Este, em 1965. No Brasil, suas participações incluíram: "Tapeçaria Mineira", no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG) (1971); "Tapeçaria Brasileira", na UFMG, também em Belo Horizonte (MG) (1974); "São os de Minas que Vêm", na Kompass Cultura Galeria, em São Paulo (SP); e "Mineiros & Kompass", no ICBEU de Belo Horizonte (MG), ambas em 1974; e "Tapeçarias", na Contorno Galeria de Arte, no Rio de Janeiro (RJ) (1975). Faleceu precocemente em 1978, e em sua homenagem foram realizadas exposições póstumas: "Panorama da Moderna Tapeçaria em Minas", no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG), e "Caminhos da Tapeçaria Brasileira", na FUNARTE, no Rio de Janeiro (RJ), ambas em 1978.
Dario recebeu várias encomendas especiais e criou tapeçarias para órgãos públicos e comerciais, como a Biblioteca do Colégio Santo Inácio, a Usiminas e a Faculdade Nacional de Arquitetura no Rio de Janeiro, além de outras em diversas localidades. Suas obras fazem parte do acervo de instituições como o Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), e de coleções privadas no Brasil e no exterior, com obras exportadas para os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Japão, Argentina, Chile e Dinamarca.
A obra de Dario foi reconhecida por críticos e historiadores, como Paulo César Garcez, que o considera um dos grandes protagonistas da tapeçaria artística nacional, tendo declarado que: "Seu grande legado gráfico, formado pelos estudos em papel de suas produções têxteis, indicam que por trás de seus gestos poéticos, livres, se previa a geometria rígida da produção têxtil. Documentos de uma cadeia artística de cores e formas e de linhas e tramas, esses estudos, assim com suas tapeçarias, testemunham o rigor de um artista que é um dos grandes intérpretes da potência visual brasileira." Desde 2014, a Galeria Passado Composto Século XX tem realizado exposições coletivas que destacam e enaltecem a obra consistente do artista Rubem Dario, cuja carreira, embora curta e meteórica, alcançou fama e sucesso.