Considerado o pioneiro da tapeçaria mural no Brasil, o baiano Genaro de Carvalho volta à cena com trabalhos pautados pelas cores vibrantes e formas exuberantes que retratam temas como a natureza.
"Só após a gerra, 1945, a arte moderna joga e vence sua dura batalha na Bahia, com os três artistas pioneiros Genaro de Carvalho, Mario Cravo Jr. e Carlos Bastos." Assim registrou o escritor Jorge Amado no livro Bahia de Todos os Santos, de 1951, a respeito dos três conterrâneos (e amigos) que cuidaram de imprimir o nome do estado no modernismo brasileiro. O primeiro deles, conhecido pelas pinturas, murais e, principlamente, tapeçarias planas, foi homenageado durante a MADE com a exposição Genaro de Carvalho nos Tempos da Dona Lina, realizada pela Galeria Passado Composto Século XX. "Genaro e Lina Bo Bardi se conheceram e foram muito atuantes em Salvador", conta Graça Bueno, proprietária do antiquário paulistano e curadora da mostra. "Ela como diretora do Museu de Arte Moderna da Bahia entre 1959 e 1964. Ele, a partir de 1944, ao executar murais de grande importância, como os do Hotel da Bahia, e realizar exposições em museus e galerias brasileiros e estrangeiros até sua morte prematura, em 1971." O primeiro contato do artista com a tapeçaria se deu no final de 1940, durante uma temporada em Paris. De volta ao Brasil, criou em 1955, em Salvador, o primeiro ateliê do gênero do pais e não largou mais o tear. "O resultados são trabalhos que enchem nossos olhos de alegria", conclui Graça.
Texto extraído da matéria WE MADE IT, reportagem da jornalista Ana Paula Orlandi. Revista Casa Claudia Luxo, janeiro/fevereiro 2015 Ed.640-A