A Galeria Passado Composto Século XX apresenta a exposição "Diálogos Imprevistos" do renomado fotógrafo Ruy Teixeira, também responsável pela curadoria da ambientação.
Ruy Teixeira - Diálogos Imprevistos
Em sua mostra individual na Galeria Passado Composto Século XX, Ruy Teixeira presenteia os olhos dos espectadores com sua poesia concreta visual, composta por jogos de associações imprevistas entre suas fotos. Criações que vão de arte e design à arquitetura; são essas o objeto de trabalho de Ruy Teixeira, que faz questão de se colocar como repórter fotográfico. Em sua prática, o fotógrafo se relaciona com o trabalho do outro sem se apropriar nem impor um conceito preestabelecido. O trabalho de Ruy existe porque outras criações existem.
A vida de Ruy permeia suas fotografias. Após iniciar uma carreira como fotojornalista em São Paulo, Ruy viaja à Europa em 1986, mudando-se para Itália, onde permanece por 25 anos antes de ser chamado de volta à pátria, em 2012. Selecionadas cuidadosamente de uma rica produção que abraça os últimos 15 anos de sua carreira, as fotografias revelam a perspectiva privilegiada do fotógrafo.
Do Brasil à Itália, da Holanda à Turquia, Ruy Teixeira registra e reinterpreta diversas criações: peças de design de Gaetano Pesce a Laura Bethan Wood; obras de Lygia Clark, Artur Lescher, Franz Weissmann; projetos de arquitetura assinados por Oscar Niemeyer, Jean Nouvel, Carlo Scarpa, passando por jardins de Burle Marx e transitando entre cenografias do Teatro alla Scala di Milano e cadeiras de Lina Bo Bardi, e registrando objetos de culto que vão do cristianismo barroco às religiões de matriz africana. O fotógrafo compartilha conosco esses lugares, que ele observa e retrata com paixão.
Por meio de associações instintivas mais formais que conceituais, Ruy Teixeira estabelece diálogos entre grupos de dois a quatro fotografias. As conexões se dão pelas formas, cores, dissonâncias, sincretismos, luz, e escala das imagens. Trata-se de diálogos atemporais que sintetizam dialeticamente o mesmo equilíbrio que caracteriza o olhar do fotógrafo, em sua composição, forma e edição. Assim, vemos Cildo Meireles estabelecendo uma conversa cromática, de luz e forma com uma casinha tombada em Paranapiacaba, ou o equilíbrio de um diálogo geométrico entre o detalhe de um móvel Tenreiro e uma escada Thiago Bernardes.
Estamos frente à essência da linguagem de Ruy Teixeira: as fotos são as palavras que ele usa para construir as frases que culminam nas associações de imagens. O vocabulário do fotógrafo é conotativo: Ruy não parte da descrição, mas fragmenta as imagens, joga com as escalas, se desfaz do denotativo e nos eleva à uma contemplação inusitada, estimulando o nosso olhar num convite generoso a participar da perspectiva dele.
Marina Dias Teixeira
Serviço
Abertura da exposição: 20 de agosto, terça-feira, às 19 horas
Curadoria: Ruy Teixeira
Período expositivo: de 20 de agosto a 21 de setembro de 2019
Realização: Galeria Passado Composto Século XX
Local: Alameda Lorena, 1996, Jardins, São Paulo - SP
(lb)
Visitação:
De segunda à sexta: das 10h às 19h
Sábado: 10h às 15h
Imprensa:
https://www.sp-arte.com/exposicoes/dialogos-imprevistos-927/
https://www.arcoweb.com.br/noticias/noticias/o-olhar-de-ruy-teixeira-recebe-exposicao-em-sao-paulo
https://blog.bemglo.com/uma-vida-imprevista-ruy-teixeira/
https://siterg.uol.com.br/festa/2019/08/21/abertura-da-mostra-dialogos-imprevistos/#2